Foto: Folhapress
É no verão que as atividades realizadas ao ar livre aumentam. No entanto, a estação exige cuidados redobrados para evitar os efeitos nocivos dos raios solares no corpo, já que a radiação incide com mais intensidade nesse período, aumentando o risco de queimaduras, câncer de pele e outros problemas. Segundo a médica dermatologista Jaqueline Maslonek, de Santa Maria, durante o dia a dia, deve-se usar protetor, mesmo sem exposição solar ou em dias nublados.
- Principalmente para quem quer prevenir as temidas manchas escuras, o melasma. A luz azul, das lâmpadas e produtos eletrônicos, celular, computadores e televisores, mancham a nossa pele. Então, é fundamental proteger a pele para mantê-la sem manchas ou não piorá-las - comentou a especialista.
Na praia, piscina ou na prática de esportes ao ar livre, a recomendação é usar um fator de proteção solar (FPS), no mínimo, 60 e reaplicá-lo a cada duas horas. No dia a dia, pode-se optar por FPS 30. Conforme Jaqueline, a exposição solar inadequada pode causar muitos problemas na pele.
- O dano imediato é a queimadura solar. Ela causa muita dor, desconforto e, em alguns casos, febre e desidratação. A médio e longo prazos, causa fotodano, envelhecimento precoce, e a pele fica com aspecto espesso, podendo aumentar os vasos superficiais. Além disso, a exposição excessiva aumenta a chance de câncer de pele - diz a médica.
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Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que 30% de todos os tumores malignos no Brasil correspondem ao câncer de pele. A estimativa é que o número de câncer de pele não melanoma seja de 165.580 mil novos casos entre 2018 e 2019. Mas o câncer de pele diagnosticado cedo é tratado e curado.
Outro fator importante a ser observado no verão é o cuidado pós-exposição solar. A recomendação é de aplicar pós-sol ou hidratante dermatológico para manter a pele hidratada e saudável. Caso ocorra queimadura, o ideal é aplicar pós-sol ou hidratante calmante, mas nunca usar soluções caseiras, pois podem agravar o quadro.
A combinação de sol, areia, praia, piscina e excesso de suor elevam o risco de algumas doenças da pele. Saiba mais:
- Micoses - Infecções causadas por fungos e que podem ocorrer na pele, unhas e cabelos. Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como calor, umidade e baixa de imunidade, esses fungos se reproduzem e passam, então, a causar a doença. Os pés, a virilha e as unhas são os lugares mais comuns em que as micoses aparecem, mas isso não significa que outras partes do corpo estejam imunes. Vale lembrar que ninguém está livre delas (crianças, jovens, adultos e idosos). A melhor forma de evitá-las é manter hábitos de higiene, como secar-se bem após o banho, principalmente as áreas de dobras da pele, como virilha, entre os dedos dos pés e axilas. Deve-se, também, evitar andar descalço em pisos constantemente úmidos (lava-pés, vestiários, saunas). Recomenda-se, ainda, evitar calçados fechados o máximo possível, optando pelos mais largos e ventilados. É importante também usar somente o seu material para manicure
- Brotoejas - Pequenas bolinhas que surgem, especialmente em bebês, devido ao contato da pele com o suor, principalmente nas "dobrinhas" da própria pele ou das roupas. Podem ser bolhas transparentes com pouca coceira ou "bolinhas" avermelhadas que coçam bastante. Usar roupas leves e soltas e evitar locais muito abafados que propiciam a sudorese excessiva são algumas dicas para evitar brotoejas, sobretudo em pessoas predispostas
- Manchas e sardas brancas - As manchas e as sardas brancas surgem devagar e, quando menos se espera, lá estão elas. Representam danos que os raios solares causaram na pele e aparecem gradativamente com o tempo, principalmente nas áreas expostas da pele. As manchas senis ou melanoses solares, em geral, são escuras, de coloração entre castanho e marrom. Surgem em áreas que ficam muito expostas ao sol, como a face, o dorso das mãos e dos braços, o colo e os ombros. Já as sardas brancas aparecem quando há ação acumulativa da radiação solar sobre áreas de pele expostas ao sol de forma prolongada e repetida ao longo da vida. A melhor forma de evitá-las é não se esquecer do protetor solar. Essas lesões são benignas, não evoluem para o câncer da pele, entretanto, recomenda-se avaliação pelo dermatologista para diferenciá-las de lesões suspeitas, que merecem uma avaliação mais detalhada
- Acne solar - Provocada pela mistura da oleosidade aumentada da pele, sudorese, uso do filtro solar e da própria radiação solar. Recomenda-se lavar o rosto com um sabonete adequado para o tipo de pele, usar tônicos mais adstringentes e filtros solares com base aquosa ou em gel, o que pode diminuir a oleosidade
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
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CÂNCER DE PELE
O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas (inflamações cutâneas) ou outras lesões benignas. Conhecer bem a pele e saber em quais regiões há pintas faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:
- Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente
- Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho
- Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento
Prevenção
- Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos
- Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares
- Cobrir áreas expostas com roupas apropriadas, como camisa de manga comprida, calças e chapéu de abas largas
- Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão)
- Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material
- Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao usar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço
- Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas
- Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos 6 meses
- Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)